Até que ponto o vinho é afetado pelo sentimento das pessoas? Alegria e a tristeza, impactam na avaliação do vinho?

Ao elaborar um vinho, o enólogo pensa em todos os detalhes que podem impactar o produto. O melhor terroir, o tempo ideal para colheita, o melhor corte de uvas, o tempo de guarda em barrica, o tipo de garrafa e até o desenho do rótulo. Todas estas decisões irão impactar diretamente na qualidade de um vinho, até ele ficar pronto. A partir daqui, depois de engarrafado, o armazenamento e o tempo de guarda, seriam os únicos fatores que poderiam mudar este vinho?

Os mais céticos diriam que sim, e ao comprar uma caixa de determinado vinho, teriam 12 exemplares idênticos deste produto. Considerando apenas,  fatores físicos, no caso a guarda, e se apenas uma parte desta caixa, ficasse exposta ao sol? Teríamos algumas garrafas com uma maturidade maior que outras, ou até estragadas. Mas não é disto que este texto trata.

Depois do vinho pronto, bem armazenado e dentro de sua vida útil, a única coisa que pode mudar a qualidade do vinho são os sentimentos. A alegria ou a tristeza de quem vai degustar, o ambiente e o momento de servir as taças, as companhias em torno da mesa, fazem toda a diferença. Já falei em outros textos porém, que estes fatores não vão salvar um vinho de péssima qualidade, mas podem estragar um grande vinho.

Você não concorda com este pensamento? Então desafio você a puxar de sua memória as seguintes situações:

– Durante uma viagem, você está num jantar com aquela pessoa especial. Naquele restaurante que já conquista você na recepção, no atendimento, no ambiente. Melhor ainda se não foi planejado, se não está numa lista de melhores do mundo ou do Guia Michelin. Então o sommelier da casa, oferece um vinho local, dentro de seu orçamento. Ao degustar a primeira taça, você se descobre de olhos fechados, viajando em lembranças especiais. De imediato, já fotografa o vinho, e decora sua safra. Passa o resto da viagem caçando este vinho, e quando já se dava por vencido, encontra e compra uma meia dúzia desta relíquia. Já em casa, guarda os vinhos na sua adega. Então, vai abrindo uma, a uma, tentando repetir aquela sensação da viagem, e por melhor que o vinho lhe pareça, não consegue. A grande diferença é que a primeira garrafa foi tomada num momento único, especial…!

– Ao participar de um almoço com amigos ou de negócios, onde a conversa rola solta, e alguns na mesa estão tomando cerveja, outros whisky, você decide pedir um vinho. Alguns amigos topam te acompanhar, e um deles sugere um rótulo, que diz ser especial, e o preço na carta está muito bom. Mas ao longo da conversa, e já na segunda garrafa, você concorda no custo x benefício do vinho, mas que ele está longe de ser especial. Seu amigo, um pouco decepcionado, diz que realmente ele estava muito melhor da última vez que tomou, em sua LUA DE MEL….!!!!

Quem nunca vivenciou uma experiência desta?

Estes são apenas alguns exemplos de que o sentimento das pessoas em torno de uma garrafa de vinho, fazem grande diferença em sua qualidade. Não precisa fazer análise, ou procurar um psicólogo, antes de escolher o vinho que vai tomar hoje, mas leve em consideração com quem você vai estar…!

2017-10-21 17.44.33

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